sábado, fevereiro 04, 2006

O que esoerar da economia do Brasil em um ano de eleições


O ano de 2006 não deverá ser notável sob o ponto de vista daqueles que dependem dos rendimentos do próprio trabalho. As perspectivas para o comportamento dos preços, a julgar pelo mercado de futuros na BM&F, que indicam o dolar nos níveis de R$ 2,36 a R$ 2,44 para o mes dezembro, sugerem uma taxa de inflação próxima aos níveis de 2005. O crescimento da aconomia, excluído o aumento de gastos do governo, levados pela campanha eleitoral, repetirá o mesmo desempenho deste ano, levando em conta as informações da CNI e do IEDI sobre o comportamento da indústria nos dois últimos trimestres do ano encerrado, meses de julho a dezembro. É importante notar que a economia como um todo não cresce muito mais de que a média ( não confundir com mediana ) da indústria. A agricultura de exportação é pouco relevante para a formação de renda da população economicamente ativa, determinante dos níveis de consumo. O comercio é inteiramente dependente desta renda. A atividade da industria e os gastos do governo determinam, basicamente, os níveis de consumo. O nível dos investimentos completam o quadro para a análise básica.
Investimentos podem ser públicos ou privados; quando resultam em aquisição de produtos de fabricação nacional e em pagamento de salários para trabalhadores em operação no país, refletem positivamente no comportamento global da economia interna. A importação tem o seu peso, analisado o montante pago de impostos e a geração interna de emprego, quando isso ocorre.
O desempenho bastante positivo da economia no segundo trimestre de 2005, deveu-se ao crédito consignado, objeto de ampla divulgação a partir do mês de abril, e ao aumento do salário mínimo, no mês de maio.
Neste ano de eleições, já a partir de janeiro, a operação "tapa buraco", com duração prevista de 6 meses, deverá resultar em um acréscimo significativo na massa de salários, o que em parte deve compensar o esgotamento do já referido crédito consignado, que ao ser pago, mediante desconto em folha, de salário ou de aposentadoria, resultará na redução dessa massa de salários.
A correção das aposentadorias pagas, caso reponha as perdas para a inflação acumulada dos últimos anos , em que foram corrigidas com acentuadas perdas para os aposentados, cumprirá a sua parte ao retornar ao aposentado a sua capacidade de consumo. O impacto positivo sobre a economia será portanto maior ou menor em função destas duas variáveis, aumento do salário mínimo e correção das aposentadorias. Inicialmente deverá gerar alguma alta nas taxas de inflação, em virtude dos baixos níveis de estoque da indústria de bens de consumo não duráveis. Impacto a ser sentido nos mese de janeiro e favereiro.
Para mais análises sobre este ano resta aguardar definições importantes sobre o que fará o governo com os 7 bilhões de reais disponíveis para investimentos em 2005, não contingenciados e não gastos.