segunda-feira, fevereiro 06, 2006

O Consumo Popular em 2005


O jornal O Globo informa em sua edição deste domingo, que o consumo popular no ultimo ano atingiu R$ 137 bilhões. Consumo popular abrange, segundo o jornal, as classes C, D e E, logo, a quase totalidade dos consumidores brasileiros. É muito pouco. Mesmo adicionando as mercadorias provenientes do contrabando e vendidas a baixo preço, aquelas sem origem determinada e as compras de produtos já utilizados, ou de "segunda mão", considerando que 30% é algo razoavel, teriamos um montante de R$ 178 bilhões. É muito pouco. A soma dessas classes não deve ser inferior a 178 milhões de pessoas, o que resulta em R$ 1000,00 per capita, menos de R$ 100, por mes, o que leva a conclusão de que a classe E é muito maior do que se supõe.
Considerando que uma parte desse consumo foi realizado com dinheiro conseguido através do crédito consignado, e mesmo admitindo que haverá aumento de renda para essas classes, o consumo em 2006 não deverá ser muito maior de que isso. O crédito consignado tem que ser pago, o desconto é em folha, o devedor recebe o salário ou a aposentadoria com o devido desconto.
O aumento do salário mínimo e as correções de ajuste das aposentadorias terão o seu efeito nas dois meses posteriores imediatos, após o que o consumo se estabiliza. Como parte do que vai ser recebido será destinado ao pagamento de dívidas (outras dívidas), para os que puderem paga-las, o efeito será muito pequeno ou nenhum. Assim poderá haver um aumento do consumo até o mês de julho, mas não um grande aumento. Parte desse aumento, a maior parte, será feita a crédito, com o consumidor utilizando a sua disponibilidade resultante de um eventual aumento que venha a ter e ainda parcelas de dividas que venham a ser quitadas no período.
A partir de julho os gastos com as campanhas eleitorais terão a sua importancia, quanto maior o gasto maior o consumo. Ainda assim o crescimento da economia não deverá ser muito diferente daquele verificado em 2005. O Orçamento da União ainda não foi aprovado, sua aprovação não é esperada para antes do mês de abril, restando portanto 8 meses para que o orçamento se realize. Ainda que neste ano não se repita as mesmas distorções do ano passado, é pouco tempo. Em termos econômicos, 2006 2006 será um ano muito parecido com 2005.