sábado, maio 20, 2006

A Curva de Hubbert

Estabelecida por M.K.Hubbert, determina o ano provável em que a produção de petróleo atingirá o seu nível mais alto. A partir daí começa o declínio. É o pico mundial do petróleo, também conhecido como o Pico de Hubbert.
A validade desta curva, construída a partir de uma série de equações matemáticas de elevada complexidade, deve-se ao fato de que em 1956 Hubbert previu que a produção americana (EUA) de petróleo atingiria o seu pico no início dos anos '70, do séculoXX, o que veio a comprovar-se efetivamente. Adotada a mesma metodologia, a nível mundial, o Pico de Hubbert deverá ser atingido ao longo da primeira década deste século.
A ASPO - Association for Study of Peak Oil and Gas, citada na postagem anterior, uma entidade criada em 2001, vem tentando demonstrar que será um problema abastecer o mundo com petróleo a medida em que cresce a demanda, determinar a data mais provável em que ocorrerá o Pico de Hubbert, 2010 como já referenciado anteriormente, e oferecer sugestões para a crise que se aproxima.
A partir de 2004 algumas das principais empresas petrolíferas registraram redução das suas reservas. Paralelamente, o número de novas refinarias vem diminuindo nos países de grande consumo, desde 1976 nenhuma delas foi construída nos EUA, bem como a capacidade de transporte por navios petroleiros não aumenta, a medida em que navios superados são retirados de uso. O numero de áreas a serem prospectadas estão reduzidas a alguns poucos países. Estima-se que a quase totalidade do petróleo já foi descoberta, razão pela qual os investimentos em exploração apresentam-se em declínio.
A essa situação acrescenta-se a delicada questão do aquecimento global e da mudança do clima, provocados pelo acumulo de CO2 na atmosfera resultante da queima do petróleo.
A busca por combustíveis provenientes da exploração agrícola, não emissores de CO2, torna-se uma realidade presente na política energética das econômias mais avançadas.
O mercado de carbono desenvolve-se a cada dia, levando ao aumento do número de projetos de florestamento e reflorestamento para absorção de carbono (CO2) e de geração de energia, pelo aproveitamento dos gases emanados pela decomposição de matéria orgânica.
A gravidade da situação consiste no conjunção de diversos fatores, o declínio na produção de petróleo, o aumento do aquecimento global e do efeito estufa, a ausência de tempo útil para a investigação acadêmica, o indispensável uso dos equipamentos já concebidos e ainda em produção, todos movidos a combustíveis fósseis.
Estes são apenas alguns dos fatores que, aliados a instabilidade política dos países produtores de petróleo, aos custos sociais da degradação ambiental provocada por esse mesmo petróleo, aos impactos econômicos causados pela redução da oferta de petróleo e pelo aumento do risco de cataclismas naturais, colocam o mundo diante de seu maior desafio, a preservação das condições da vida humana na Terra, ameaçada pelo uso do petróleo e, igualmente, pela sua falta.