sexta-feira, maio 19, 2006

O Futuro do Petróleo

A petroleira TOTAL, quinta maior empresa de petróleo do mundo, reconheceu ao jornal inglês The Time não ser possível produzir petróleo em quantidade suficiente para atender às projeções de demanda para a próxima década. Há problemas não só nas reservas mas também na capacidade de extração.
Anteriormente a Chevron e a Repsol já haviam reconhecido esta situação.
A China, país de maior crescimento econômico nos últimos cinco anos, apresenta um crescimento médio do PIB de cerca de 8%, enquanto que o consumo de petróleo registrou um aumento de 8,4% a cada um dos cinco anos. Nos próximos anos a China dobrará as suas importações diárias de petróleo.
A ASPO, Association for Study of Peak Oil and Gas, estima para 2010 o ano de produção máxima , embora admita que a produção dos campos petrolíferos em águas profundas possa adiar em alguns anos esta data. Para um consumo de 30 bilhões de barris por ano, as descobertas de novos campos não ultrapassam 4 bilhões de barris de produção por ano.
A Chevron anuncia que o mundo consome dois barris de petróleo para cada barril descoberto. A ExxonMobil estima que a diminuição da produção de petróleo seja da ordem de 4% a 6%.
A ASPO prevê que em dois anos será preciso extrair de novos campos um adicional de 11 milhões de barris por dia e que em 2010 esse número crescerá para 25 milhões.
A importância das reservas de petróleo em águas profundas reside no fato de que em 54 dos países produtores de petróleo a produção vem diminuindo anualmente. Brasil e Bolivia são dos poucos que possuem potencial para aumentar a produção, ainda que o óleo das novas reservas descobertos no Brasil seja de óleo pesado, inadequado para as refinarias brasileiras.
A difícel situação do petróleo é agravada pela situação do Iraque. Com reservas de 112 bilhões de barris, nos anos em que chegou a produzir 3,4 milhões de barris por dia, a ASPO considera como o mais provável reservas de 46 bilhões de barris, ainda a confirmar.
A questão a discutir é o que fazer para reduzir o consumo, o planeta Terra não suportará o aumento das emissões de CO2 por muitos anos mais.
A redução do consumo é fundamental, visto que o pico mundial de petróleo representa um problema de uma gravidez sem precedentes, que envolve enormes riscos políticos, econômicos e sociais. Programas de redução demandarão um tempo de 20 anos para que apresentem resultados plenos . E isso não será possivel sem que parte das reservas existentes sejam utilizadas.