quinta-feira, junho 01, 2006

Mudanças nos Ecosistemas - VI

Como mudam os ecosistemas com o tempo?

Os ecosistemas, quando geridos, o são de modo a que aumentem os benefícios a curto prazo, sem levar em conta, ou mesmo ignorando, os custos a longo prazo. O que provoca uma transferência dos custos das mudanças atuais para as gerações futuras.
Os diferentes geradores de mudanças dos ecosistemas levam mais ou menos tempo para provocar as mudanças. Certas espécies podem extinguir-se ràpidamente devido a perda de seu habitat natural, enquanto que outras, como as árvores, podem levar décadas. Esta variação no tempo permite as vezes restaurar os habitats e salvar as espécies. O grau de inércia dos distintos geradores de mudanças nos ecosistemas diferem consideravelmente. O tempo que um ecosistema leva para reagir a um determinado gerador de mudança influi muito na rapidez com que se pode resolver o problema. Quanto menor a defasagem temporal mais ràpidamente o impacto da mudança pode ser reduzido ou mesmo anulado.
A maioria das mudanças nos ecosistemas são graduais e, em princípio, podem ser detectadas e previsíveis. Algumas, no entanto, são de difícil previsão. Inicialmente muito lentas, somente quando atingem um determinado estágio é que a mudança se dá abruptamente. Exemplos de mudanças abruptas são as epidemias, as reduções significativas de peixes ou a floração de algas.
As intervensões humanas nos ecosistemas são as mais prováveis responsáveis pelas mudanças abruptas. A perda da biodiversidade faz com que os ecosistemas tenham mais dificuldades em recuperar-se de agressões. Uma vez que um ecosistema tenha sofrido uma mudança abrupta, a recuperação é lenta, custosa e, em alguns casos, impossível.
Os ecosistemas são resistentes às alterações até um determinado nível de intervensão, até este nível são capazes de suporta-las e recuperar-se. As espécies que integram um ecosistema pertencem a diferentes grupos funcionais. Em cada grupo, diferentes espécies (deste mesmo grupo) podem contribuir de forma semelhante aos processos e utilidades dos ecosistemas, no entanto, as suas respostas às variações do meio ambiente podem ser diferentes. Esta diversidade de resposta permite aos ecosistemas ajustarem-se ao meio ambiente em mudança e manter seus processos e suas utilidades, até o determinado ponto referido acima. A perda da biodiversidade reduz a capacidade de resistência dos ecosistemas. Como exemplo do diferencial
de resistência há o caso dos cardumes de bacalhau na Terra Nova (extremo nordeste do Canada), onde não existem sinais que indiquem a sua recuperação e o arenque no Mar do Norte, cuja recuperação iniciou-se após quatro anos de interrupção da pesca.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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9:04 AM  

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