quarta-feira, julho 26, 2006

O Girassol

Como combustível o óleo de girassol apresenta a vantagem de ser obtido por prensagem a frio, sem o uso de qualquer produto químico. Como todos os outros óleos vegetais, possui elevado índice de viscosidade, que pode ser reduzida através da transesterificação que separa o óleo da glicerina. A transesterificação exige equipamento e conhecimento especializado para que se faça em perfeitas condições.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através da Coordenadoria de Assintência Tecnica Integral - CATI, realizou experiências com o óleo de girassol em seu estado bruto durante os anos de 2001 a 2005, com o objetivo de avaliar o aproveitamento, e o consequente desempenho dos motores utilizados, do girassol e outras oleoginosas, na produção de combustíveis líquidos.
Os resultados obtidos com o óleo de girassol foram bastante bem sucedidos sendo a avaliação final muito positiva. Adicionalmente à conclusão afirmativa o CATI sugere o desenvolvimento de tecnologias, por parte dos fabricantes de motores a óleo diesel, que minimizem as conseqüências da alta viscosidade dos óleos vegetais.
O girassol é reconhecido como um dos óleos vegetais de melhor qualidade nutricional, sendo o seu uso recomendado para melhores condições de saúde. A sua participação no mercado de óleos vegetais para uso culinário é, portanto, uma questão de preço e marketing. O parque industrial brasileiro voltado para a produção de óleos comestíveis encontra-se em perfeita sintonia com a moderna tecnologia.
O ciclo vegetativo do girassol varia de 90 a 130 dias, em função da qualidade da semente, da data do plantio e das condições climáticas durante o período de crescimento. Produz 40% de óleo, sendo o restante utilizado como ração animal de elevado índice protéico. Pode ser utilizado, ainda, como incremento para a apicultura, sendo possível a produção de até 30 kg de mel por cada hectare plantado.
Sua utilização como combustível é, portanto, uma opção a mais, mas de forma alguma necessária.
A semeadura pode ser feita nos meses de janeiro a março e de julho a outubro, dependendo das características de cada região, Centro ou Sul.
Em princípio, não é uma cultura de custos elevados, uma vez que utiliza a mesma estrutura disponível para a soja, utilizando, em função da época do seu plantio, a parte ociosa dos fatores de produção necessários para esta oleoginosa e, ainda, também para o milho.
Em vista disso, a rentabilidade de uma cultura de girassol decorre, basicamente, da qualidade do gerenciamento dos recursos disponíveis, das práticas agrícolas adotadas e dos preços no mercado internacional.
Esta relação com o mercado externo pode ser um limitador para a rentabilidade da cultura do girassol, ou de qualquer outra oleoginosa, em virtude dos subsídios pagos aos seus agricultores pelos países produtores e pela ausência de uma política de preços por parte do Brasil.
A demanda interna por óleo de girassol vem crescendo a níveis expressivos nos últimos anos, estando o Brasil na condição de importador, principalmente, da Argentina.
O total da área plantada, segundo dados da CONAB, elevou-se de 43,2 mil ha, em 2002/03, para 55,7 mil ha, em 2003/04. A produtividade (todos os dados são da CONAB), em kg/ha, foi de 1306 em 2002/03 e de 1549 em 2003/04. Em mil toneladas a produção atingiu 56,4 e 85,8, respectivamente para os dois períodos citados.
Já em 2004/05, a área plantada resultou em 44,0 mil/ha, sendo estimado para 2005/06 uma área de 43,9 mil/ha. Produtividade: 1420 kg/ha (2004/05) e 1490 kg/ha (2005/06). Produção: 62,5 mil/ton (2004/05) e 65,4 mil/ton (2005/06). Os dados relativos a 2004/05 são preliminares e os relativos a 2005/06 são estimados.
Como combustível o óleo de girassol não apresenta perspectivas de vir a ser utilizado na produção do biodiesel, mesmo porque a produção da mamona de 209,8 mil toneladas em 2004/05, deverá ficar, segundo as estimativas da CONAB, em 86,6 mil toneladas em 2005/06.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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1:49 PM  

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