sexta-feira, janeiro 26, 2007

A Mudança do Clima e o Desenvolvimento Sustentável

Para os países desenvolvidos o crescimento econômico foi obtido através da atividade industrial, basicamente alimentada pelo uso dos combustíveis fósseis, cuja queima é o principal fator do aquecimento da Terra. Para os países em desenvolvimento o crescimento econômico é o principal objetivo. O desafio que se apresenta a todos é criar condições que permitam condições de vida digna para seus cidadãos a custos ambientais mínimos.
Há muita discussão no âmbito da UNFCCC sobre a relação entre o crescimento do PIB e o aumento das emissões. A atividade econômica estaria intimamente ligada ao meio ambiente. De fato está, mas não indica necessariamente que a expanção econômica resulte em mais GHG. Na Europa, alguns dos maiores PIBs per capita do mundo apresentam níveis de emissões per capita bastante inferiores a muitos países em desenvolvimento.
É certo que Índia e China, que no último decênio registraram as maiores taxas de crescimento econômico, tornaram-se grandes emissores, mas o Brasil, com a economia quase estagnada no mesmo período, tornou-se o quarto maior emissor. Para o Brasil foi um período de desindustrialização e de crescimento da produção agropecuária.
O que se constata é que o agronegócio no Brasil não tem nenhum compromisso com a sustentabilidade do meio ambiente, do qual depende a sua própria sustentabilidade, e não resultou em crescimento econômico.
O desenvolvimento sustentável propõe uma relação estável e produtiva entre a atividade econômica e o mundo natural, de modo a garantir a perpetuidade das condições de vida segura no planeta Terra. O que se procura encontrar nas Conferências das Partes é o modo de criar as instituições multilaterais que fortaleçam as capacidades necessárias para enfrentar os numerosos e complexos temas que se apresentam. É dar sentido a definição do que seja desenvolvimento sustentável: " um desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente sem pôr em perigo a capacidade das gerações futuras para atender as suas próprias necessidades."
Nos últimos anos grande atenção foi dada à possível redução da capacidade de produção dos campos petrolíferos em operação. Conhecido como o Pico de Hubbert indicaria o início do declínio
das condições que garantem o atual modo de vida na Terra, dependente que é de uma enorme quantidade de produtos gerados a partir da petroquímica. As descobertas de novas ocorrências de petroleo tornam incerto o Pico de Hubbert, mas o que permanece como certo é que a combustão desses depósitos significará a liberação de tanto dióxido de carbono na atmosfera que, muito antes do fim do petróleo, esse mesmo modo de vida será substancialmente alterado, conseqüência do chamado "efeito estufa".
Nas atuais condições de vida e de degradação do meio ambiente a única opção disponível é compartilhar os riscos e as responsabilidades mediante uma ampla cooperação internacional com a participação de todos os níveis da sociedade, tanto nacional como regional e global.
A União Européia, a partir de 2002, vem adotando como estratégia para o desenvolvimento sustentável medidas que objetivam limitar o aumento da temperatura mundial a menos de 2 graus Celsius acima dos níveis da era pré-industrial.
Os países em desenvolvimento, desde o Protocolo de Quioto, que não estabelece compromissos para as Partes NãoAnexoI - grupo no qual estão inseridos, quando desenvolvem atividades relacionadas à mudança do clima, o fazem, basicamente, em função dos interêsses financeiros de seus promotores e quase nunca voltados para a sustentabilidade. Alguns vêm promovendo a busca de maior eficiência energética através do maior uso de energia renovável.
Os países de economia em transição (antigo bloco soviético) evoluem na capacidade de realização de inventários e nas comunicações nacionais, bem como em políticas voltadas para o comércio dos direitos emissão.