quinta-feira, janeiro 18, 2007

Mudança do Clima - Perspectivas Futuras

Muitos anos de investigação indicavam a realidade do aumento da temperatura média mundial.
Em 1990, o IPCC abordou algumas questões urgentes, mas o conhecimento era antão limitado a alguns setores chave da mudança climática, como as fontes e sumidouros dos gases de efeito estufa (GHG) e o modo de intereção entre as nuvens, os oceanos e as calotas polares. Eram grandes as dificuldades para formular projeções sobre as mudanças no clima, principalmente sobre sua cronologia, magnitude e efeitos regionais.
Em 1995, foram confirmadas as principais conclusões de 1990. Tornava-se evidente a influência humana na mudança do clima e o quanto o processo estava avançado. Nos cem anos anteriores a temperatura da Terra havia aumentado 0,5 graus Celsius.
Alguns efeitos eram perceptíveis e tornava-se possível antecipar suas conseqüências para o meio ambiente e avaliar os impactos sobre os ecossistemas e como as populações humanas seriam afetadas. Ainda assim permaneciam as incertezas e a ausência do saber em certas áreas do conhecimento que dificultavam em muito a compreensão do problema.
A aceitação da mudança do clima era, e continua sendo, fortemente afetada pelo temor às possíveis perdas econômicas, razão porque foi formulada uma estratégia que pudesse ser aceita na época e adaptada aos novos tempos a medida em que novas informações fossem levantadas.
O IPCC concluia, em 1995, ser necessário uma intervenção internacional que tornasse possível o enfrentamento do problema sem provocar transtornos na economia mundial e no crescimento econômico dos países em desenvolvimento. É essa a origem do Protocolo de Quioto.
Em 2000 as incertezas e o desconhecimento de fatores possivelmente relevantes eram já bastante reduzidos, mas a estimativa dos custos, que requeria atribuir valor monetário aos sistemas ecológicos e a saúde humana, era muito difícil. Além disso os custos se distribuem de modo muito irregular afetando, segundo estimativas de então, provavelmente muito mais os países localizados nas regiões de baixas latitudes, ou seja, próximos a linha do Equador.
Os estudos sobre o aquecimento da Terra encontravam-se em fase inicial, sendo ainda muito baixos os níveis de certeza quanto a possíveis ocorrências (a intensidade do furacão Katrina e a atual ausência de neve no inverno europeu não foram previstas). Para que isso venha a ser possível são necessárias observações em longo prazos e de alta precisão que examinem a história do sistema terrestre e sua situação atual, assim como os níveis de variabilidade.
Algumas informações podem ser obtidas através de satélites de observação, tais como a radiação solar total, o balanceamento da radiação na Terra, a cobertura vegetal, a produtividade da biomassa dos oceanos, os níveis de ozônio na atmosfera, os níveis de vapor de água na estratosfera e a distribuição dos gases de efeito estufa. Podem facilitar informações sobre o nível dos mares, as condições da superfície dos oceanos, as correntes de vento, as nuvens e as presipitações pluviométricas, mas não são suficientes. Medições in loco são indispensáveis.
Níveis dos lençóis aquíferos, retenção de carbono, temperatura da superfície da Terra e dos oceanos, velocidade e mudança do vento nas diversas regiões do planeta são fenômenos cujos efeitos imediatos não podem ser medidos a partir da observação do espaço. É preciso ainda medir as emissões e descarga no mar de substâncias contaminantes. É preciso saber o que se passa no fundo dos oceanos e como se comportam as correntes submarinas.
Grande parte das atividades de monitoramento da Terra são estimuladas e orientadas pela Organização Mundial de Observação do Clima, organismo estabelecido em 1992. Em 2001 eram 989 pontos de observação.